Publicado em Estante de Doramas

Rainha das Lágrimas: A queda da Rainha [Resenha 7 & 8]

Foi mais devastador que um tsunami, a descoberta de que absolutamente tudo que o esposo havia feito de bom para Hae-in nos últimos dias, não passaram de estratagemas baratos para conseguir um divórcio amigável, sem prejuízos para ele.

Hae-in desmoronou.

A gente sabia que isso ia acontecer, mas Hyun-woo não tinha ideia de que ela sofreria tanto. Lembra, na cabeça dele se pedisse o divórcio, ela apontaria uma arma e o mataria. Ele achava que ela se vingaria com todas as forças. Era isso que ele esperava.

Mas a esposa não quis brigar. Ela não tinha forças para isso. Também não queria ouvi-lo. A alma dela estava em pedaços. O coração dela era esmigalhado a cada lembrança daquilo que ela considerou um sinal de amor, mas que se provaram uma mentira.

Hae-in quase morreu atropelada nesse episódio e uma das coisas que ela pediu ao marido, que a salvou no último instante. É que da próxima vez que algo assim acontecesse, era para o esposo deixar ela morrer.

Um dos motivos que a levaram a se motivar a lutar pela sua cura, eram as palavras de incentivo do marido. O amor que ele demonstrava sentir por ela. Porém, isso se revelou uma mentira. Era como se nada mais a prendesse na terra. A rainha perdeu a energia da vida.

O resultado dos testes não foram satisfatórios e a sentença de morte seguia firme, como uma sombra teimosa sobre a vida dela. Hae-in entrou no modo suicida e Hyun-woo deu a esposa um motivo para seguir adiante.

Num ato abnegado de amor tão profundo e comovente, Hyun-woo atiçou o lado mais selvagem de sua amada. Provocando seu orgulho, inflamando sua raiva e trazendo de volta aquela mulher feroz e implacável com quem conviveu por vários anos.

Ao fazer isso ele se colocou como um alvo para os dardos envenenados da esposa. Mas deu a ela algo pelo que lutar, nem que fosse lutar para vê-lo pressionado no trabalho, em casa e pelo divórcio.

Hae-in vestiu-se para sua armadura de vingança, com o melhor look de seu closet. E inclusive foi uma das cenas mais divertidas e sensacionais desse episódio. O que prova que uma mulher quando decide se vingar, ela pode ser a pior de todas as inimigas.

Não tem caso narrar as patadas que Hyun-woo levou ao longo desse episódio, que foi, talvez, o mais leve e manso até aqui. No entanto, há algumas coisas dignas de menção e que não tem a ver com o casal principal.

A primeira é a relação entre Seo-Chol e a esposa. Ela está envolvida na tramoia dos vilões, mas parece nutrir sentimentos controversos em relação ao esposo. O rapaz é mesmo um bom marido para ela. Gentil, amoroso e protetor.

Além disso, ele é um excelente pai. Que por si só já é uma qualidade digna de nota. Ele é um cara muito bacana e se a gente for pensar um pouco, não merece ser enganado como está sendo. Tenho para mim, que a consciência dela irá pesar muito e talvez, haja uma mudança. E ela possa atuar de forma positiva mais lá na frente.

Em segundo lugar, eu tenho que falar do quanto é maravilhoso acompanhar Queen of Tears e lembrar de Crash Landing on You. Já foram várias menções a trama estrelada por Hyun Bin e Son Ye-jin. E nesse episódio em especial, os detetives que observam reportam ao pai de Hae-in a rotina do genro.

E quando é questionado sobre a qualidade do seu trabalho, ele retruca dizendo que pode achar uma pessoa até na Coreia do Norte. O que é verdade, já que ele interpretou em Crash Landing on You, o personagem que encontrou a Se-ri, que estava na Coreia do Norte.

No entanto, o episódio mais manso e divertido, talvez, o episódio mais chato para alguns. Tem a cena final mais impactante e dolorida até aqui. Eu acho que pelo fato de ter sido um episódio mais “de boas”, episódio que eu ri mais do que chorei. A cena final me traumatizou. Essa é a verdade.

Por mais de uma hora, eu tinha esquecido que a Hae-in está doente e que não há cura. Me diverti com seu jeito vingativo e achei que ela pareceu bem forte quando afirmou que jamais esqueceria como o marido a abandonou em seu momento mais frágil.

A doença ficou em segundo plano.

Até que ela sai da reunião com o Yoon Eun-seong trombando em suas próprias pernas. Pensei comigo que ela teria mais um episódio de apagão. Me preocupei com os riscos que ela corre quando isso acontece, mas nada que mexesse com meu emocional.

Porque todo mundo esperava a mesma conversa de sempre. O esposo questionando o que ela estava fazendo ali e ela respondendo que não lembrava. Inclusive foi realmente assim que a conversa começou.

No entanto, quão grande foi a minha surpresa ao ouvi-la falar amigavelmente com o esposo de uma situação que eles viveram dias atrás.

O mesmo choque do Baek Hyun-woo é o nosso. Eu, por exemplo, pausei a cena porque eu não aguentei a informação. Se você me perguntar se eu chorei, eu vou te dizer que não, mas meu coração parece ter sido comprimido por uma pedra enorme.

A sensação foi física. Era como se eu estivesse ali naquele momento percebendo a falta de memória dela. Compreendendo em segundos que mais doloroso do que perder alguém fisicamente falando, é perder alguém que ainda respira.

Quando seguimos para o episódio 8, a cena toma contornos ainda mais dramáticos. Porque Hyun-woo inventou que não amava a Hae-in para que ela tivesse, ao menos, o desejo de vingança como força motora de sua vida.

Ele sabia que não seria fácil, mas não imaginava o quanto. Ela está fatalmente enferma, ele a magoou deliberadamente, arrependeu-se no pó e na cinza, mas não tem muito tempo para ficar com ela. A escolha de se afastar, pareceu a única naquele momento, mas como ficar longe vendo-a assim?

Ele chorou dolorosamente. Há algo que ele diz nesse episódio que me faz sentir pena dele. Hyun-woo diz lamentar fazer a esposa chorar e se questiona como diacho fez aquilo com ela.

Como um dia questionou o amor dela? Como cogitou um divórcio pelas costas dela? Como teve a cara de pau de brincar com ela enquanto enfrentava uma doença mortal? E como se não bastasse toda essa culpa, ele ainda teve que reviver aquele momento em que ela deixou de amá-lo.

Hyun-woo despertou Hae-in do delírio amoroso e a trouxe de volta. As memórias dela retornaram e o divórcio se tornou algo eminente. O episódio oito nos apresenta o fim de um compromisso que começou da forma mais romântica.

A cena de pedido de casamento é uma das mais lindas que eu já vi.

Ela planejando encontros maravilhosos com ele, para que finalmente o rapaz a pedisse em casamento e ele o faz de um jeito simples, mas bonito. Constantemente somos lembrados de que tudo começou como num conto de fadas, mas o que acontece após o final feliz é o que estamos acompanhando.

E posso dizer, acompanhando tudo com o coração na mão. Mas é claro, que a trama dosa a temática e as vezes até nos divertimos. Um exemplo é a aparição ilustre de um icone da dramaland.

Vincenzo Cassano deu o ar da graça como advogado de divórcio da Hae-in. E eu posso dizer que eles, lado a lado, conseguem pôr medo num batalhão.

A Hae-in tem a energia de uma magnata, poderosa, que lidera mil e duzentos bandidos inescrupulosos. E o Vincenzo, bom, ele é o Vincenzo. Não precisa falar muito sobre ele. O cara fala por si só e em italiano, por sinal.

Eu simplesmente adorei porque ela disse que contrataria o melhor advogado, mas quem poderia imaginar que ia ser esse ai? Eu achei tudo!

Hong Hae-in e Baek Hyun-woo seguiram em frente com o divórcio, mas algo definitivamente deu errado nessa tentativa de ficarem “para sempre” longe um do outro.

Hae-in descobriu que o marido tinha hábitos peculiares e numa tentativa de entender o que o fez “odiá-la tanto”. Ela se informou de uma coisa que, parece ter sido descoberta tarde demais.

O marido sempre quis estar com ela. Foram três anos de sofrimento e dificuldades que ele passou, mas no fim das contas, ele entendeu que só ficou por causa dela.

Em algum ponto, ele esqueceu disso e arquitetou o divórcio, mas foi a doença de Hae-in que acendeu a luz no quarto escuro de Baek Hyun-woo.

Ele despertou para entender seus sentimentos por ela, que ainda eram tão fortes, quanto no início do casamento. E ela, agora encontrou uma motivação genuína e eloquente, Hae-in deseja viver para estar com o marido que quer ficar com ela.

Hong Hae-in só deseja viver. Ter uma segunda chance para fazer tudo diferente. Mas as horas da Rainha estão contadas e a vida de sua família está de cabeça para baixo.

O golpe dos vilões foi espetacular. Eletrizante do começo ao fim. De deixar o queixo da gente no chão. Sabe aquelas cenas que você fica paralisada assistindo? Foi isso. Quando vovô Hong passou mal eu pensei: está vendo o que dá ter fogo na calça?

O homem caiu como um patinho e levou todos os seus familiares para a ruina com sua idiotice. Hae-in perdeu sua majestade no Shopping. O irmão viu seu Resort empacar e os pais de ambos perderam o conforto de sua vida de ricos. E a pobre da Beom-ja, que tentou até o último segundo evitar o pior, ainda levou um tapa sem merecer.

Tudo em questão de horas.

Agora o jogo virou. A família Hong dependerá da misericórdia da família Baek. Os esposos em conflito terão de conviver e quer saber? Isso me parece muito bom.

Rainha das Lágrimas é atualmente uma das séries mais assistidas da Netflix. E talvez esse número aumente, porque a trama ainda nem chegou na sua reta final. Tem bastante água para passar embaixo dessa ponte. Só espero que essa água leve miraculosamente a doença de Hae-in para bem longe.

E ela possa viver uma vida feliz com seu marido.


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