Olá,
Eu queria muito que chegasse esse momento. O momento de falar de Narin. Só que para falar dela eu tinha que necessariamente apresentar o Kemal e toda a sua trupe. Eu sei, cara leitora e fã de Yemin, que você deve ter torcido o nariz para Kemal e Leyla na primeira temporada. A história deles não tinha força de coadjuvante ao casal principal, porém, não estamos aqui para falar deles e sim de uma adição perfeita a segunda temporada.
Narin (Yağmur Shahbazova) entrou para dar a vida que faltava para a trama do tio de Emir. Foi uma escolha acertadíssima. Kemal é um personagem que sozinho é muito sem sal, ele precisava de alguém dentro da trama dele que pudesse sacudir o marasmo não na mansão, mas na vida dele…amorosamente falando. E Narin foi justamente essa pessoa.
Nesse artigo, o último sobre Yemin, eu falarei sobre os dois personagens, sua relação com a fadinha Masal e o romance que foi rascunhado, mas não pintado com todas as cores durante a segunda temporada. Chamava o Gökberk para pintar, dona escritora. Porque Kemal e Narin tinham um potencial incrível!
Kemal (O idiota) Tarhun
O advogado Kemal é um porre. Não, isso não é exagero. Muito longe de ser. É uma verdade constrangedora até, porque em algum momento na segunda temporada você também sentiu aquela estranha sensação de gostar dele por causa da sua esposa de mentirinha Narin. A mão tremia nervosa para shippar, porém, ele sempre, com uma habilidade impressionante apagava o fogo. Por essas e outras, eu também vou chamá-lo de idiota, tal qual Narin.
Kemal é o irmão do meio de Hikmet e Oya. Tio de Emir Tarhun, nosso amor eterno. Ícone de personagem masculino. A razão dos nossos surtos e suspiros apaixonados. Eu confesso, pensei que no começo da segunda temporada, Kemal seria um tanto semelhante com Emir no que diz respeito ao amor. Criei uma certa expectativa sobre o momento em que Narin e ele se apaixonariam.
Mas não foi preciso muito para entender que Kemal não é um Tarhun com o dote romanesco. Não tem jeito para cupido como Hikmet, nem para amante como Emir e Oya, a irmã namoradeira de Kemal e Hikmet. Talvez seja alguma maldição dos Tarhun. Nenhum deles é feliz na vida amorosa. (Chorando por Emir e Reyhan até agora).
Kemal, por exemplo, teve um relacionamento conturbado com a mãe de Masal e ela acabou abandonando o barco, deixando-o com a menina ainda muito pequena. Até aqui ficam as informações sobre a vida sentimental de Kemal. Nós não sabemos de mais nada nesse sentido, porque ele literalmente fechou a porta do coração para sentimentos amorosos.
Você pode me dizer e a Leyla? Ele não se apaixonou por ela? Não. Ele não se apaixonou. Ele gostava dela e se afeiçoou dela, agarrou carinho, como a gente diz. Mas não era paixão, nem amor de homem e mulher. Assim como a filha Masal se apegou na babá divertida, moleca doida e cheia de alto astral. Ele também.
Falamos muito da Masal como a menina que sofre com a rejeição da mãe, com saudade e a falta que uma figura materna faz. Mas Kemal também sofria, dupla e silenciosamente, com a repulsa da esposa ao marido e ao papel de mãe. Kemal se trancou e fechou a cortina do coração para que nenhum raio de sol atravessasse o seu quarto escuro. E vigiou como um cão de guarda a porta do coração para que não deixasse ninguém escorregar sorrateiramente para o lado de dentro.
Até Narin chegar.
Antes da adição dessa personagem na trama de Kemal, ele tinha apenas uma função: Ele era o pai da Masal. O núcleo dele era “paternal”, não havia espaço para criação de romance ali. Por mais que em algum momento, essa deve ter sido a intenção, fazer a trama dele como aqueles filmes de hollywood onde a babá vira a esposa do ricaço. O problema é que Leyla por mais da metade da trama parecia mais uma menina que uma mulher. Isso dificultou a assimilação de que os dois poderiam se apaixonar, já que a primeira impressão que ficou da Leyla, era de uma menina.
Nesse ponto, os roteiristas acertaram em cheio na segunda temporada. Narin não é só uma mulher, ela é uma mulher atrativa com uma personalidade espinhosa. É a rosa com espinhos no jardim de cactos do Kemal. Os dois jamais se apaixonariam na vida. NUNCA! Se não tivessem sido obrigados a casar, ele para conseguir a guarda da filha e ela para ter a cidadania turca e não ser deportada. Esse casal jamais se uniria de livre e espontânea vontade. UM FATO!
Outro ponto positivo para o roteiro. Amores impossíveis são um prato saboroso para quem está assistindo a trama. A gente gosta de ver personagens jurando de pé junto que nunca vão amar, para daqui a dez episódios estar caindo de amores um pelo outro. É só refletir um pouco… todas as histórias de amor mais conhecidas, famosas, clássicas e de aclamação mundial começam com um dos pares negando que o outro pode ser seu grande amor.
“Mesmo se você for a única mulher na terra, não vou olhar para você”. Episódio 73
Vai nessa, Kemal!
Lembra que eu disse no começo que o próprio Kemal apagava o fogo? Pois bem, ele fazia isso porque quem tinha os fósforos na mão era a Narin. Em diversos momentos ela tomou atitudes de mãe em relação a Masal, falava bravo e grosso com ele, se impondo dentro da casa e do quarto como se fosse dona daquele lugar. O que ela era, por ser legalmente esposa dele.
Toda vez que Narin fazia isso, inconscientemente, ela acendia o fogo dentro de Kemal. Isso não é evidente. Não é fácil de ver, eu mesma, demorei um bom tempo para raciocinar que isso estava acontecendo. Porque no outro lado da trama, a gente tem um homem como Emir que não se priva, não se esconde, não tem medo de dizer o que está sentindo. De demonstrar que está cheio de desejo pela esposa. O Emir é expressivo. Ele é carinhoso, é sem vergonha.
Agora, o Kemal não. Ele tem um senso de ordem e decência que me irrita até a ponta do dedo do pé. Ele não pode, em nenhum momento, se sentir fora de controle. Não estar na posição privilegiada de saber tudo sobre todas as coisas é angustiante para ele. Por isso as câmeras por toda a casa, o sistema de segurança bem elaborado e a limitação de pessoas que convivem com ele e com a filha.
Kemal precisa viver num ambiente em que ele é presidente. O dono, o senhor, a vontade que deve prevalecer. Quando Narin se torna esposa dele, esse sistema de controle perde força. Porque ela não é “domesticável”, uma mulher submissa. Num português bem claro, ninguém montava nela não. Narin é uma mulher com vontade própria e não está nem aí para ele e suas ordens de general.
Se o sobrenome de Kemal é Controle, o de Narin é Imprevistos. Eu, por exemplo, odeio imprevistos. Porque assim como Kemal eu também gosto de ter tudo sobre meu controle. Minha agenda de trabalho semanal, tem tudo que eu preciso ou tenho que fazer com dia e hora. Mas, as vezes, o infortúnio bate na porta e eu vejo meu planejamento ser alterado. A vida de Kemal na trama de Yemin, desde o momento em que Narin apareceu, é uma sucessão de situações inesperados.
Essas situações fora do “roteiro” da vida do Kemal acaba por fazer ele enxergar Narin com outros olhos. O único e maior problema do Kemal é saber o que sente, mas não demonstrar. É estar louco para beijá-la e abraçá-la, mas não fazer isso. Eu me pergunto, o que freia esse homem? O que impede ele de, por exemplo, dizer que está interessado nela? É medo dela dizer “Eu não gosto de você”? De ser rejeitado de novo? Será que ele não percebeu tudo que Narin fez descaradamente para demonstrar que o ama?
Kemal é um frouxo! Um covarde! Um idiota! Não tem como aceitar que ele, daquele tamanho, não tenha os brios necessários para revelar o que sente por aquela mulher. De pensar que, se, por algum motivo, ela não tiver interessada, ele poderia tentar conquistá-la. NEM ISSO PASSOU NA CABEÇA DELE como uma alternativa para uma hipotética rejeição. Até Emir quando Reyhan pediu o divórcio, lutou para tentar convencê-la do contrário. Por que Kemal não podia fazer isso?
Ele não podia fazer isso porque significa admitir que estava fragilizado emocionalmente. A única explicação que vejo para as atitudes dele é que “amar” para Kemal é um sinal de fraqueza. Kemal é uma pessoa tão exigente consigo e com os outros que ele não consegue aceitar falhas. Se elas ocorrerem é demissão na certa, é rejeição imediata. É cara de emburrado para o resto da vida. Quando ele descobre sobre o passado de Narin, ele fica sem falar com ela um tempão. Tudo bem, ela escondeu algo sério e não deveria ter feito isso. Mas a infantilidade dele em não falar com ela, nem ouvir suas justificativas como um homem maduro e sensato que ele tanto pinta para todas as pessoas. Bom, isso foi incoerente.
Não tenho critica alguma à Kemal em relação ao seu papel de pai, ele é um ótimo pai, mas como homem e marido, Kemal deixa muito a desejar.
Narin (A Brava) Tarhun
Se Narin fosse uma música seria Dona de Mim da Iza. Se fosse um romance seria Senhora. Se fosse uma policial seria a Grace Hart de Miss Simpatia. Se fosse uma super-heroína era Diana, a eterna Mulher Maravilha. Se Narin fosse uma séria era Private Practice. Se tivesse num canal e produtora diferente, tinha beijado Kemal antes dele sequer pensar em fazer isso.
Narin é o oposto de nossa camponesinha Reyhan Tarhun. Ela não é do tipo que engole calada, não. Ela pode até engolir, mas é reclamando do começo ao fim. A segunda temporada é inconstante, nós já falamos disso em outros artigos. Isso também reflete nessa personagem. Portanto, eu vou dividir a Narin em dois momentos, antes do ex-namorado encosto do capeta chamado Ercan aparecer e depois.
ANTES
A nova dona do pedaço
Narin começa a segunda temporada de um ponto onde a gente aos poucos vai conhecendo ela. A primeira impressão dessa ruiva de cabelos enroladinhos é de que ela ajudou a nossa camponesinha Reyhan Tarhun e Zeynep. Ela não só as protegeu quando estiveram em perigo, como as acolheu quando a casa de Reyhan pegou fogo, além de incentivar ambas a estudarem. Zeynep entrou no colégio e Reyhan na faculdade. Narin é um exemplo de sororidade, de apoio e luta pelo direito de sobreviver. Porque a mulher peitou o dono da casa que elas alugavam, exigindo o direito de só sair quando tivessem outra casa para morar. Ela até quebrou a porta do cara e não houve Reyhan paciente que a convencesse do contrário.
Narin brigou com o patrão por não querer pagar todo o salário dela. Fez escândalo exigindo, mais uma vez, o seu direito de receber pelo seu trabalho de garçonete. Como o cara não quis, ela roubou. Ela tinha que pegar esse dinheiro para pagar a mudança para a outra casa. Reyhan contava com isso. E nesse instante eu percebi que Narin não era uma simples mulher. Ela era muito entendida, muito segura de si. Eu até gostei dela ter roubado, achei de uma valentia e doidice imensas. Mas uma pena ela ter sido capturada…por Kemal.
O tio de Emir surgiu na vida de Narin como um passaporte só de ida para uma vida nova. Imigrante ilegal Narin não tinha muita escolha a não ser se atrelar a Kemal para continuar na Turquia e também pela boa causa de ajudá-lo a manter a guarda da filha. Só que os dois literalmente não eram almas gêmeas. Narin achava Kemal um cara maluco e ela não estava errada. Ele é muito esquisito e a convivência com o “esposo” revelou isso e muito mais.
“O que estou fazendo? Muito em breve me casarei com um homem que não conheço. E se ele é um maniaco? Ou um assassino? Ele é um homem, afinal. Você pode esperar tudo deles. Se você apenas se atrever a ficar de olho em mim… vou arrancar seus olhos de cobra. Eu vou quebrar sua cabeça. Eu vou dar um tapa na sua cara. Eu vou bater em você com meus punhos.” Episódio 73
Narin é uma mulher extremamente esperta. Logo entendeu como funcionava a dinâmica dentro daquela mansão do tio do marido da melhor amiga. Até admirou o relacionamento entre pai e filha e ainda ajudou Kemal a lidar com a perda da pobrezinha da Leyla. Já Masal roubou o coração de Narin imediatamente, mas ela teve que ter muito jogo de cintura e paciência para conquistar a menina. Depois de salvá-la de alguns sequestradores malvados e quase morrer atropelada por conta disso. A fada justiceira conquistou a fadinha de vez.
Só que a chegada da irmã caçula problemática de Kemal fez com que os dois recém-casados tivessem que se esforçar em parecer convincentes enquanto marido e mulher. O Kemal não tem os dotes charmosos de seu sobrinho, mas do jeito dele, acabou soltando uns “seni seviyorum” que mexeram com os sentimentos da casca grossa da Narin.
Um dos primeiros momentos “românticos” dos dois foi o jantar a beira da piscina da mansão. Mas Narin surta com a possibilidade do advogado estar interessado nela. Até faca, ela mete no meio da cama quando eles são obrigados a dormirem juntos. Só para não correr o famigerado risco de tocar no homem assim, do nada, durante a noite. Vice e versa.
A partir daí o jogo de fingimento começa a se confundir. Narin se comove cada vez mais com a relação dele com a filha. E tenta de todos os modos fazer o advogado não perder as esperanças, quando se vê obrigado pelo juiz a compartilhar a guarda de Masal com o avô dela. Além disso, o próprio Kemal passa a sentir ciúmes de Narin. Acha que ela está traindo ele, algo típico de um Tarhun, pelo visto. Só que logo é descoberto que na verdade a ruiva era inocente e Kemal é considerado o mais novo fanfiqueiro do pedaço. Só que Narin ainda se mostrava resistente a amolecer o coração para aquele macho, e estava errada? Não.
Um fotografo espião queria pegar os dois na mentira e Kemal passa a “fingir” interesse na Narin. Ele força a barra sim, mas isso mexe com ela e Narin fica tinindo porque o idiota, mesmo sendo patético, ainda é estranhamente atraente. Eu não julgo a Narin por cair nessas falas tão sem graça do Kemal, porque a verdade é que o cara pode até não ter muito jeito com mulher. Mas quando ele dá aquelas olhadas, e puxa a Narin para mais perto… não tem santa que não estremeça nas bases.
O momento mais importante e divisor de águas na vida dos dois foi quando eles ficaram em perigo na floresta. Nesse momento descobrimos que Narin é médica. Fazendo cair todos os nossos queixos. Eu achei chique! Muito chique! Assim como achei lindo eles se encontrando no hospital, o Kemal indo ao encontro dela todo quebrado, coitado. Os dois se abraçam tão apertado, eu até chorei nessa hora, confesso.
Não deita para ninguém
Com Masal e Şehriye abla gostando de Narin. O clima na mansão fica mais favorável para ela. Narin acaba assumindo o posto de senhora da casa depois de tantas idas e vindas. Tudo estava bem, os dois estavam se entendendo e muito afinados para um casal fake. Fingiram tão bem que o empresário do Azerbaijão até elogiou os dois. Inclusive esse é um dos meus momentos favoritos. Narin, do nada, salvando a pele do Kemal falando com o empresário bravo e acalmando as coisas entre eles. Achei chique!
Tudo estava bem no reino da mansão Tarhun 2, até a songa monga da Yonca inventar de bancar a Cemre. E dessa vez Narin precisou dar uma de doida e rodar a baiana. Porque ela era esposa de mentirinha, mas ainda era esposa e que história é essa de empregada ir dormir em casa de patrão!? Hum tá! Aqui não, galinha assanhada!
Narin pacientemente ou nem tanto cozinhou em banho maria a Yonca Sonsa. E contou com a ajuda do destino para provar que dois mais dois resultam em #Kerim. Yonca tranca Narin na garagem, sem saber que Kemal também estava lá dentro. Tudo para Narin não dormir com o maridão. Porque claro todo mundo em Yemin, acredita que os casais nhanham. Mas a gente sabe quanto tempo demorou para Reyhan e Emir sairem do zero a zero. Narin e Kemal nem sequer entraram em campo. Mas deixa em off.
Só que história vem e história vai… os dois dormem um pouco na garagem, depois vão dormir no quarto juntos. Quer dizer, ele no chão, ela na cama, mas você me entendeu. O bom é que a secretária dos infernos saiu da casa desmoralizada achando que Narin e Kemal estavam super curtindo a cama de casal e isso que importa. Narin voltou a reinar na mansão e na vida de Kemal. Amém senhor!
E como dona e proprietária daquele feudo qualquer refugiada tinha que ser protegida a unhas e dentes. Quando Reyhan foi para lá depois de ter tentando se reconciliar com a toupeira do Emir e ele se fazer de leso. O homem inventou de ir visitar a tia Oya, que também estava lá de enxerida, mas Emir queria mesmo era buscar a esposa. O que Narin fez? Disse que ela não ia. Ponto. Emir que lute! Ele lutou e foi no outro dia para SEQUESTRAR REYHAN DE VOLTA.
Achei chique a Narin surtando porque teve sua refugiada levada bruscamente. Eu morro de rir vendo o desespero dela. Até parece que o Emir era um bandido… O mais engraçado é o Kemal explicando que a Narin não tinha que se meter, porque ao contrário deles, Reyhan e Emir eram um casal de verdade.
Narin também libertou Oya das suas doidices de quer namorar gigolô. E viver uma vida toda lesada gastando dinheiro como se ele desse em árvore. Colocou os parafusos no lugar na cabeça da cunhada, deu uns belos de puxões de orelha e conseguiu o carinho de Oya e mudou a vida dela. Brigou com o tal do gigolô também para ele deixar de ser besta e mandou ele para a casa do cacildes.
ICONE!
DEPOIS
Narin, porém, muda depois que vê o ex-namorado Erhan. Ela fica perturbada. Ela perde completamente aquela postura forte, determinada e heroica do início. Ela perde. Ela fica fragilizada. Porque o passado de Narin estava oculto e até esquecido por conta da vida que ela estava vivendo agora. Masal se tornou uma filha e Kemal, bom, ela ainda não iria admitir isso, mas estava apaixonada por ele.
Quando aquele encosto apareceu ameaçando revelar o passado dela. O jogo muda. Aquela mulher forte, persistente é posta de lado. Ela fica muito abalada, porque não está somente correndo risco de perder Kemal e Masal, mas se Erhan abrisse o bico os homens da máfia de quem ela estava fugindo poderiam ir atrás da família que a acolheu.
Erhan faz da vida dela um inferno. Ele é o esteriótipo de macho escr*to. O homem que não aceita o fim do relacionamento. Que fica obcecado e disposto a fazer tudo para conseguir a mulher de volta. Ele era um stalker, uma sombra, uma ameaça não só para a família dela, mas para ela enquanto mulher. A nossa querida médica nutria uma grande mágoa de Erhan. Porque ele a abandou no meio da fuga dos mafiosos, a deixou na mão. Ela consegue “perdoá-lo” pelo que ele fez para fechar o ciclo, que ele ainda não tinha fechado, aparentemente. Achou que fazendo isso ele deixaria de persegui-la.
Coisa que não aconteceu, porque o homem chegou ao ponto de ir trabalhar na empresa de Kemal, se tornar médico de confiança do advogado. Tudo para convencer Narin a ser namorada dele de novo. Depois ainda fez pior, seduziu Oya e complicou ainda mais a situação de Narin com Kemal. Ela não teve escolha. Para proteger a todos daquele maluco. Ela abriu a caixa de pandora.
Um verdadeiro martírio começa aí nesse momento. Kemal surta de ciúmes e de raiva porque Narin, alguém que ele, agora, confiava cegamente, tinha enganado ele. “Trouxe” o ex para dentro de casa, um ex- que era namorado da irmã dele. Isso é algo super errado e Narin sabia, por isso a necessidade de não enrolar mais e contar a verdade. Custasse o que custasse.
Alguns episódios antes disso, quando Kemal descobre sobre os mafiosos atrás da esposa dele e se dá conta que todos estão em perigo por conta disso. Ele também surta. Na ocasião ninguém sabia o motivo da briga entre eles. Oya querendo fazer com que o irmão e a cunhada se acertassem, vai falar com ele e a seguir temos o diálogo dos dois:
“Quando você se tornou esse homem tão mau, tão cruel? Eu não entendo.”
“Você acha que eu me tornei assim sem uma razão? Eu despertei essa raiva sozinha? Nada acontece sem uma razão. Fui ferido muitas vezes com uma arma chamada confiança. Eu estava melhorando e fui atingido novamente.” Episódio 178
Kemal tem um grande problema com confiança, como vimos anteriormente no tópico sobre ele. Kemal necessita estar no controle e isso dá essa sensação de confiança a ele. Quando ele descobre sobre o passado fugitivo de Narin e que o ex- namorado estava convivendo com eles. E ela sabendo tudo e não falou nada. Foi o fim da picada.
É por isso que o relacionamento tartaruga dos dois simplesmente empacar de vez. Não tem como fluir mais. Porque o Kemal não perdoa e por mais que ela busque esse perdão, ela não consegue de todo. O pior é que quando eles solucionam esse problema, a gente é levado a crer que a partir daí os dois tentarão viver como um casal real. Com direito a beijinho e dormir na mesma cama.
Mas Kemal não é Emir. Narin é mais cotada para tentar fazer o casal funcionar do que ele. O chove não molha dura todo o período pós falecimento de Erhan. O que nos indica que o problema não é, e nunca foi, exterior a eles. O problema de Narin e Kemal não “acontecer” é o Kemal. Ela deu todos os sinais de que o ama, mas se ele não move uma palha para a fogueira, não tem como atear fogo em nada.
Narin e Masal
Narin na verdade, se tornou a mãe que Masal nunca teve. Mas e a Leyla? Ela foi mais como uma babá que como mãe. Uma mãe tem outras atribuições, não é só fazer companhia é ensinar. Não é só cuidar é criar, é estar presente e passar esse sentimento de proteção, de dependência e amor para o filho.
O começo não foi fácil. Conquistar Masal foi um trabalho paciente e amoroso. Mas Narin no fundo sabia que ia dar certo. Porque a garotinha lembrava a própria Narin na infância. O afeto foi instantâneo entre as duas e mesmo quando Kemal queria separá-las mais lá adiante no fim da segunda temporada. Não teve como. O laço entre mãe e filha foi formado e nada pode quebrar um amor como esse. Nada.
Romance Kerim
Para começar, não há romance. Ponto. HAHAHA Mentira, calma. Era só para descontrair. Tem romance, mas é daquele jeito… na lentidão de um bicho preguiça. Kemal e Narin é um ship que anda a carro de bois sobre uma rua de lama. O negócio anda em círculos. Não vai para frente e tem uma tendência maçante de dar passos para trás.
Vocês já fizeram uma castelo de cartas de baralho? Kemal e Narin é um castelo de baralho, que quando acontece um problema, se desmancha por completo e tem que ser reconstruído do zero. Não é como Reyhan e Emir, eles tem um ponto da onde parou e de lá continuam. Mas não há essa continuidade em Kemal e Narin, porque não tem esse ponto referencial.
A gente quer shippar dona escritora, mas faltou essa iniciativa do Kemal. Faltou um triz para funcionar. Um triz. Kemal e Narin tinham um potencial enorme! ENORME!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Sim, tudo isso de exclamações porque as cenas que eu elenquei para provar a teoria são de cair o queixo no chão e para se perguntar, Kemal o cavalo mordeu tua cabeça foi, cara? Desperdiçar uma esposa dessa é sacanagem! É UM CRIME!
Cenas favoritas
A ) Quando Talaz armou para matar Kemal e Narin, os dois para escaparem se enfiaram no mato e rolaram ribanceira abaixo. Eles se feriram e passaram um tempo considerável num casebre. Narin, sendo médica, cuidou dos ferimentos do Kemal que estava relativamente pior. Obviamente eles se salvam e vão para o hospital. Só que ele é tratado de um lado e ela de outro. Kemal desesperado vai atrás da esposa dele. Onde está Narin, minha mulher pelamordedeus? Eles se reencontram e trocam um abraço lindo e comovente.
B) Eu amo a cena do picnic! Narin, o doido irmão da Leyla, Oya e a empregada engraçada que eu nunca sei escrever o nome jogando bola foi uma das coisas mais divertidas desse núcleo. Kemal, como o iceberg que é, ficou sentado vendo a presepada. Mas quando a bola escapa para o mato… quem vai atrás? Ele e Narin. Ela tenta se esticar para pegar a bola no meio dos galhos espinhosos, quase tomba para frente, mas o Kemal agarra a esposa e ela – alerta de clichê – cai em cima dele. Trocam olhares e quase achei que ia ter beijo, mas…
C) Eu sei que eu falo que o Kemal é uma lesma, porém, apesar disso, as vezes ele acerta. As vezes. No dia dos namorados o que o advogado fez? Fechou o restaurante que a teimosa da Narin estava trabalhando. Para que os dois tivessem um jantar de namorados. Olha que lindo! Fechar um restaurante! Os Tarhun são exagerados. Mas o resto da cena é muito boa. Ele tira o avental dela, puxa a cadeira para sentar, sorri… coisa que ele quase nunca faz. Depois a leva para passear na praça, os dois acabam ajudando uma pessoa. Narin mostra seus talentos na medicina e salva a vida do homem. Kemal fica embasbacado com aquela mulher, o que já não era sem tempo. E isso nos leva para a outra cena favorita.
D) Kemal consegue com que Narin volte a atuar na área médica. Levando-a de surpresa para o hospital onde ela descobre que voltará a exercer sua função e cuidar das pessoas. Mostrou a sala e deu até um jaleco branco para a esposa. Olha que marido maravilhoso! Só que ele não fez só isso, por que Kemal é um cara frio? Sim. Mas ele também é um Tarhun, e um Tarhun é trouxa e rendido quando apaixonado. Levemente enciumado que Narin agora não tem hora para chegar em casa, vive de plantão. Ele resolve inventar que está doente e “se agenda” para ser atendido pela Narin. E ele faz questão de ser super bem atendido. De saber até se o fungo do dedo mindinho do pé não vai dar gangrena. Uma anta apaixonada. Queria ver essa coragem para pular do chão para cama Kemal. Dar uns beijinhos nela…para isso não tem coragem, não é pastel?
E) Outra cena favorita está a cargo de Dona Narin Sedutora Tarhun. Quando ela inventa de que quer de um jeito ou outro o perdão do Kemal. Ela escuta o conselho da Oya e gruda no marido até o homem dizer chega. A cena em que ela se apoia na mesa e fica olhando para ele sorrindo. Foi uma das mais sensuais dos dois. Arrasou Narin! Mais claro do que aquilo, só se ela tivesse… deixa para lá.
F) Há uma cena que eu amei de um jeito que eu vou deixar ela no fim desse artigo para você, cara leitora, rever com seus próprios olhos. Quando Narin começa a tocar piano e toca nada mais nada menos que a “Moonlight sonata” do digníssimo Beethoven. Deixou o marido de mentirinha de cara no chão.
G) A outra cena é quando Narin volta para casa depois de ter dito que iria embora. Nessa cena ela o vê dormindo na cama e se deita ao lado dele. Depois ele acorda e se depara com ela ali, e acha até que foi sonho. Eu também pensei, porque a escritora enfiou duas “cenas falsas” em curto espaço de tempo. Foi dois tombos que eu tive. Não estava mais acreditando em nada. Tudo já achava que era sonho. Pena que Kemal não honra as cuecas que veste. Ainda se fez de sonso e nem confessou que amava Narin dizendo “amar não é pecado e se eu estiver errado, que se dane o mundo eu só quero você”. Nem Luan Santana para ajudar esse cara. Marília Mendonça, talvez?
H) Quando ela foi parar nas mãos dos mafiosos que queriam dar fim dela e do Erhan. O que ela fez? Ligou sem parar para um Kemal que ainda estava furioso com ela. Só que quando ele percebeu que a esposa estava em perigo eminente de morte. Virou Istambul de cabeça para baixo e foi atrás dela. Quando a encontrou ficou também na mira das armas. Porém, usou de toda a sua lábia de advogado e salvou a esposa. Levando-a embora em seus braços. Inclusive toda essa cena é muito legal, mais do que de Reyhan e Emir naquele mesmo período. É certamente uma das minhas favoritas do enredo do Kemal e Narin.
A Crítica de uma quase shipper
Eu quase shippei Kemal e Narin. Quase. Quando eu vi o último episódio da segunda temporada eu tive certeza que esse “quase” era real. Não houve uma finalização, ou uma ideia do que aconteceria com Kemal e Narin depois. Só na terceira temporada a gente vai ter ideia de como conduzirão, não só, a história de Reyhan e Emir, mas a dos dois que corriam em paralelo com a trama principal.
A sensação que fica é que está super incompleto. Sabe quando você está lendo um livro e falta duas páginas bem no meio da história? É isso. Mas Kemal e Narin tinham um grande potencial de ser tão interessante quanto Reyhan e Emir. Tinha como a gente surtar com as cenas deles. Se tivessem tacado fogo no iceberg do Kemal, se ele tivesse se permitido mais… teríamos coisas mais lindas para ver e amar. Narin deixou de ser tão dura, tão brava, tão difícil de lidar, por que Kemal não fez o mesmo?
Quero deixar aqui como finalização desse artigo algo que eu achei poético e que não poderia ter saído de outro personagem, a não ser de Narin Tarhun. Essa mulher que simplesmente deu fôlego para a trama de Kemal. Abrilhantou o enredo, segurou as pontas do lado de lá e ainda foi essencial para Reyhan e Emir.
Na carta que ela deixa para Kemal antes de ir embora da mansão, ela explica o quanto aprecia aquele homem que ela tanto chamou de idiota. E como o perdão dele é importante para ela. O quanto ela deseja que os dois não tenham mágoas entre eles. Resumindo, ela precisa do perdão dele porque o ama.
“(…) É muito difícil uma criança crescer sem pai. Especialmente se a criança é uma menina. Sempre construí muros ao meu redor o tempo todo. Muros altos para me proteger. Claro, que me tornei rebelde. Traduzindo para seu idioma “uma cabra teimosa”. Mas um dia você entrou no meu caminho. Olhando Masal, a vejo tão pequena e indefesa. E você é um herói para ela. O tempo passou. Eu nem percebi quando você se tornou meu herói. Dias após dia, você começou a curar a garotinha indefesa que estava dentro de mim. A confiança que perdi na infância, de alguma forma, eu a encontrei em você.” Episódio 179
Se isso não for uma declaração de amor, não sei o que é! Um amor que começa as avessas e aos poucos se encaixa. Sem a faca no meio da cama e a frigideira na cabeça de Kemal. Uma família improvável que deu certo. Um acordo que se tornou relacionamento com prós e contras. Era para ser fingimento, uma mentira e se tornou a mais linda verdade. Narin e Kemal se amam, a gente só não teve a boa fortuna de ver isso no estilo ReyEm.
Espero que tenham gostado de todos os artigos sobre Yemin. Eles foram feitos de uma fã da série para outras fãs. Claro, que eu acrescentei um pouco do meu conhecimento de escritora e de livros de pessoas mais entendidas do que eu, para pautar minhas teorias e criticas que espero terem sido construtivas. E tenham ajudado a compreender melhor o mundo criativo por trás das séries, novelas e filmes que a gente assiste e se apaixona.
Até mais!
P.s:
Aqui eu deixo para vocês o link do video para assistirem a cena maravilhosa de Narin tocando piano: https://www.youtube.com/watch?v=g6MDMsjBLvg&t=129s
Agradecimentos:
Obrigada, Reyem Brasil por tudo. Eu não teria como apreciar essa série e criar esses artigos sem o esforço e dedicação de vocês.
Obrigada, Luciana dona do Emir por me aturar e ver o episódio depois de mil anos 185 😛
Obrigada vocês que leem e comentam nos artigos incentivando cada dia mais essa escritora pseudo-jornalista e blogueira.
Estante da Autora 