Publicado em Dizis Verão 2022

3 motivos para assistir Gizli Sakli

Olá,

Hoje eu vou falar de uma série que tem em sua veia a comédia, apesar de um início de primeiro episódio meio atrapalhado. Isso do ponto de vista narrativo, a série tem uma proposta muito interessante e vale a pena.

Por isso eu vou te dar três motivos para você assistir essa série da Fox Turquia e embarcar na dizi dos “seus poliça”.

Vamos lá!

1 – Comédia Romântica Raiz.

O enredo dessa dizi lembra muito o estilo de histórias americanas, portanto você vai sentir de cara essa proximidade. A trama é a seguinte, Naz se forma na academia de polícia de Istambul com honrarias. Ela foi uma excelente aluna, e logo após a sua graduação ela recebe o convite para entrar numa missão secreta.

Foto Divulgação: Fox Turquia

O problema é que seu parceiro Pamir é um cara já experiente na polícia, e que não sabe trabalhar com outras pessoas e foi com ele, que ela teve um desentendimento logo no começo do episódio. Ou seja, Pamir e Naz já iniciaram a trama sem se dar bem.

Naz é uma jovem cheia de energia para trabalhar, mas pouca experiencia em campo. Pamir tem experiencia, mas não tem muita paciência para quem está começando. O chefe de polícia dos dois, os escolheu por suas qualidades e pela possibilidade de se darem muito bem juntos como parceiros.

A visão de milhões.

A missão deles é a seguinte, eles precisam se infiltrar na vida de um mafioso babadeiro de Istambul chamado Tarik. Para isso eles vão ter que ganhar a confiança do desconfiado mafioso, para pegá-lo com a boca na botija. O caso que a missão é difícil porque Tarik só trabalha com a família dele. O bom da história é que ele tem um irmão chamado Tufan que só se mete em encrenca.

Tufan, isso mesmo que você leu. E ele é meio patetão igual o Tufão de Avenida Brasil. Agora quem não dorme em serviço é o primo/capanga de Tarik, chamado Adem. Ele é um cara esperto, intuitivo, desconfiado e o pior de tudo é perigosão.

Para contornar todo esse esquema de proteção, Naz e Pamir se tornam, então, Levent e Yaz. Um jovem casal apaixonado e rico que se muda para a mansão ao lado dos mafiosos.. Ela psicóloga e ele um cara no ramo da logística. É a através desse fake emprego de Levent que eles pretendem achar as provas que condenem o mafioso.

2 – O casal protagonista

Toda história de amor que se preze tem um casal com química e os nossos policiais têm de sobra. Sinem Ünsal e Halit Özgür Sarı dão vida à dupla inusitada. E vocês sabem tem química que nasce além de uma cena sensual ou provocativa.

A dinâmica conta muito e esses dois encaixaram perfeitamente. Eu amei que eles imprimiram real oficial o romance entre seus “personagens” na missão.  Naz, embora seja, pequena em altura e inexperiente em anos na polícia. É uma mulher determinada, inteligente e observadora.

Foto: photoshoot para Levent e Yaz

Ela é perfeita para capturar detalhes que Pamir não consegue, por falta dessa sensibilidade aflorada. Embora, ele seja um homem muito habilidoso e tenha jogo de cintura em trabalhos de campo. Ele não tem a simpatia, nem a cara de imprimir ser uma pessoa comum na face dessa terra.

Ele tem muito perfil de homem da lei, ou de alguém que está escondendo babados seríssimos. A missão exigia que eles passassem a vibe mais suave, e quem dá a suavidade para a dupla é a Naz. Por conta do seu perfil psicológico nada espinhoso. Ou seja, não é necessário fazer um estudo profundo e trabalhoso deles.

Naz e Pamir são pessoas comuns vivendo algo extraordinário e diferente. Na verdade, levando super a sério, mas sem perder o bom humor. Numa missão perigosa eles conseguem com jeitinho, improviso e muita habilidade, se inserir no ninho das cobras sem serem vitimas de uma picada mortal.

Para viver essa história de amor às avessas de seus personagens Yaz e Levent, os dois ganharam cartões de credito, um carro babadeiro e uma porção de roupas chiquérrimas para perambularem de um canto ao outro com seus novos vizinhos mafiosos.

E aqui realmente começa a melhor parte do primeiro episódio e talvez, da série toda: A Farsa.

3 – Duas versões de cada um

O que eu mais gostei foi que a trama gira em torno dessa missão em que eles precisam fingir ser um casal, casado e apaixonado. Mas eles não passam de dois policiais que não se entendem. Eles não tem muita coisa em comum. Vivem brigando sobre como devem agir na missão.

Naz não aceita ser submissa ao Pamir, embora ele seja o mais experiente. Então, em alguns momentos ela realmente o obedece, mas meio que toma conta de tudo quando está na pele de sua personagem Yaz. A policial pode até seguir as ordens de seu parceiro, mas a esposa de Levent.

Ela manda nessa bagaça.

Quem ajuda eles no processo de adaptação é um terceiro policial que trabalha toda a logística da operação. O nome do sapeca é Talat. Eu chamo ele assim porque ele é o presidente do ship. O maior torcedor pela desenrolar romântico dessa operação. Foi ele que sugeriu que a atividade favorita do casal era o sexo. Eu ri.

Foto: Print do Episódio. Levent e Yaz alugando o apartamento juntos

Ele ajuda Naz em tudo que ela precisa para se adaptar à sua missão. Ele cria o perfil rico, mimado e bonito de Yaz. A personagem que ela interpretará na missão. Sem falar que ele tem paciência para explicar o que ela precisa fazer. Fala de toda a operação com muito entusiasmo.

Levent e Yaz tem toda uma história de vida e eles precisam memorizar todos os detalhes. Enquanto tiram fotos, se aclimatam com o que vai ser a vida deles pelos próximos dias, o casal se mostra ainda mais incompatível. Embora, sejam muito bons em fingir que se desejam loucamente. É engraçado de assistir isso.

Você já deve ter visto muitas histórias românticas com os casais fingindo estarem juntos, não é? Mas esses aqui é diferente, eles conseguem mostrar os dois lados. As duas pessoas que eles são, ao mesmo tempo. Como pode eles conseguirem se olhar com desprezo num segundo e no outro os dois parecem um casal apaixonado?

Talvez eles não devessem ser policiais, mas atores. Se é que me entende…

É sobre isso Gizli Sakli. O lado engraçado da série é justamente essa dinâmica fingida deles dois. Que vem e vai o tempo todo. É muito divertido assistir, principalmente, a inexperiente Naz se adaptar a essa brincadeira. Ela é muito espontânea. O sorriso da gata muda, a voz e a postura.

Ela fica muito fofa como a psicóloga Yaz e poderosíssima com sua pistola na mão, quando precisa voltar a ser a policial infiltrada numa missão perigosa.

Pamir é um homem que não dá muito valor em coisas de família. É um cara solteirão e solitária. Ele não sabe lidar com essas coisas de casal. Portanto, quem dá o tom dentro da casa é a Naz. Quem faz com que ele pareça menos tão cacto do deserto é ela. Naz torna a missão menos complicada, já que eles tem que fingir se amarem e terem uma vida normal como casal.

Porque como eu disse Pamir é muito chato com isso dela não saber as coisas como devem ser. No entanto, a mulher é interessante e surpreende Pamir em muitos momentos. Ele tem medo que ela dê com a língua nos dentes e exponha os dois, porque não confia nela.

Só que Naz consegue fazer seu papel muito bem e se aproxima da esposa de Tarik de forma natural, enquanto ele não consegue com facilidade a confiança do mafioso. Justo por essa postura que ele tem, misteriosa e falsa. Fica muito na cara que ele está escondendo alguma coisa.

Eu acho que acreditaria mais na história da Naz do que do Pamir. Sério. Ela é muito boa em fingir, enquanto o Pamir ficar todo errado no rolê.

Ele sempre fala dela, reclama dela, diz que ela não tem conhecimento, que ela é um problema e fala demais. Porém, a bicha simplesmente faz tudo o que ele não tem o trejeito de fazer. Ela segue o fluxo e improvisa muito bem, enquanto ele é cheio de amarras por conta dessa “experiencia” e jeito de fazer as coisas.

Pamir é confiante demais no que ele sabe, considera que qualquer coisa nova, ou abordagem diferenciada de sua colega iniciante. Pode ser um problema mais tarde. Ele sempre diz que ela tem que ser melhor, exigindo as coisas dela com o rigor de um chefe e não um colega.

Naz, porém, dá o melhor de si para mostrar seu potencial e está muito mais focada em estudar a melhor forma de concluir a missão que seu colega. Que fica no pé dela enchendo o saco.

O caso é que, curiosamente, apesar disso tudo a Naz consegue dobrar o Pamir e fazer a missão do jeito dela, impondo sem querer querendo o modo operandis dela. Nem que seja através de um menemen gostoso de café da manhã.

4 – Recomendação Bonus da Estante

De forma mais técnica, a narrativa de Gizli Sakli, como eu mencionei antes, começa de um jeito meio atrapalhado. Dá para notar que eles tem pressa de inserir o casal logo dentro da farsa, que é o ponto narrativo mais interessante.

A introdução da história é ligeira demais, porque fica claro que os autores acreditam que não seja tão importante quanto a história em si. O que eu achei ótimo, porque se compararmos com outras dizis que transformam a introdução em quase um hora de episódio, não é? Foi curto e grosso.

Gizli Sakli é uma dizi de comédia romântica policial. Ou seja, não tem romance aqui, ao menos não o verdadeiro, o romance que assistimos é o fake que vai se tornar real. Porque não tem como esses dois policiais fingirem ser um casal e não se pegarem. Eu cego se isso não acontecer.

O casal saindo do aeroporto para a missão de milhoes. Foto Divulgação: Fox Turquia

O primeiro episódio fica interessante depois que eles vão para a mansão e a farsa começa. Tem uma coisa que amei nessa série e que me fez definitivamente amá-la. Eu gosto de histórias que conseguem me prender. Infelizmente, sem querer querendo, por conta da minha profissão de escritora. Eu não consigo mais ver nada sem ver com o olhar de escritora.

É como um Cheff de cozinha, ele nunca mais comerá uma comida sem pensar em tudo sobre essa comida. Se tem muito sal, se o peixe foi cozido na temperatura certa, se a salada está bem temperada e assim por diante. Eu falei que o início do episódio foi confuso e me deu uma impressão esquisita, mas quando a história avançou.

Eu senti a vibe do negócio e amei, ainda porque, não tem nada mais maravilhoso e que funciona com gregos e troianos, que um bom e velho gancho narrativo. O fim do primeiro episódio tem um gancho incrível para o segundo, e o segundo ainda melhor para o terceiro.

Não vou contar eles para você, porque eu quero que você assista e veja por si só, como a sensação de querer desesperadamente ver o resto da história é maravilhoso. Além disso, os fragmans não delatam o que você vai ver no episódio. Ou seja, a cena final não está lá.

Você que lute tentando saber o que te espera nas cenas dos próximos capítulos. Essa história policial é muito divertida e tensa, porque Tarik e seu primo Adem arrasam em imprimir o terror no telespectador. Por muitos momentos a gente pensa que os policiais vão levar o farelo na mão deles dois.

Tem outra coisa que eu também amei, apesar de Naz ser uma policial recém-formada, ela é muito habilidosa. Mais do que supõe seu parceiro de missão Pamir. Então, eu vejo que há uma igualdade entre os protagonistas. Os dois são bons e vão tirar de letra esse bandidão.

A prova é o que acontece no episódio 2, onde eles conseguem virar a mesa em favor deles, numa cena incrível e de roer as unhas de expectativa. Minha nossa do céu! Eu amei. Você não sabe se cadela os policiais na missão, ou casal apaixonado Yaz e Levent.

Outro ponto positivo para Gizli Sakli é que a dizi é mais curta que as outras. Ou seja, cada episódio será bem mais fácil e rápido de assistir. Uma dica que posso dar a você é pular todas as partes da família de Naz, porque não tem conexão com a história principal, ao menos, não grande o suficiente para comprometer o entendimento do enredo como um todo.

Espero que tenham gostado dessa review sem spoilers e já estou no aguardo do episódio três para fazer a resenha do episódio e pirar ainda mais com esse casal de policiais incríveis!

Até mais!

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