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Sen Çal Kapimi – Resenha – Episódio 18

Olá,

Essa resenha começa com uma grande, enorme, gigantesca reclamação: e o bebê? Fanfiquei uma semana para ninguém lembrar disso? Só queria saber se eu sou trouxa?

Sou.

Além desse detalhe literalmente esquecido no churrasco. Estamos sendo servidas com alimento nada sofisticado: Muita linguiça, carne de cobra e suco de climão. A história entrou numa fase enjoada, sim. Não temos como mentir. Mas até as fases enjoadas servem para alguma coisa. Principalmente se ela tiver um casal da potência de Eda e Serkan. Esse momento de stand by do enredo já nos proporcionou icônicas e memoráveis cenas dessa dupla.

Uma das minhas cenas favoritas estão no episódio 18, que aliás serviu muito no quesito desenvolvimento dos outros personagens. Nem tudo é Eda e Serkan. A história é sobre eles, mas tem pessoas com vidas e tramas próprias que precisam se desenvolver e tivemos isso.

Porém, entretanto, todavia passamos algumas raivas nesse episódio e justamente com isso que eu vou começar essa resenha. Vou descamar duas cobras no fio da minha faca e não me segurem porque eu estou REVOLTADA!

Vamos lá!

Ainda bem que cobra não tem asa

Selin é rica para que? Fica aqui o meu questionamento. Ela é rica o suficiente para pegar sua mala e passar um mês na cobertura de um hotel. Mas claro que ela não faria isso, ela rastejou seu corpinho sensual e decidiu passar um dia e uma noite na casa de Serkan Bolat. O seu ex.

Pavoa indignadissima de ter sido acusado pela sua rival

O mais interessante e revoltante é que ela não fez nada de caso pensado. Hoje eu vou ficar lá na casa do Serkan porque eu sei que ele está lá. Não. Selin simplesmente está com uma sorte infernal de estar em todos os lugares e momentos certos para causar mais conflito ainda para o nosso casal. Ou como eu gosto de chamar, ela se tornou um personagem coringa, mas do lado ruim da força.

Esse coringa que eu falo não está relacionado ao dos quadrinhos ou filmes, mas do jogo de cartas. Ele é aquela carta chave que forma os jogos. Toda história tem aquele ser enviado dos céus da literatura para ajudar os personagens dentro do enredo. Acredito que Seyfi é o coringa do bem porque ele transita entre todos os núcleos e tem conhecimento de muitos fatos importante na trama. Porém, existem os coringas da banda podre. Selin é esse personagem.

Ela não é vilã, por mais que eu goste de chamar ela assim, mas ela não é uma vilã. É uma antagonista complicada e perfeitinha. Antagonistas nem sempre tem aquele perfil maléfico, psicótico e assassino. Eles são pessoas que se opõem ferrenhamente aos protagonistas impedindo-os de conquistar os seus objetivos. Selin desde o começo tem sido inimiga de Eda.

Porém, agora, estamos presenciando o fim da guerra velada entre as duas. Aparentemente essas mulheres estão deixando de lado a máscara da educação e partindo para a agressão verbal. Selin sempre esnobou a Eda e a humilhou, fiquei surpresa com os comentários revoltados das pessoas com a cena em que a Selin foi tirar satisfação com a Eda.

Selin foi assim 18 episódios, a diferença é que dessa vez Serkan estava no meio dessa “humilhação” e ficou do lado dela. Mas recordo que a situação aqui é diferente de todas as outras. Estamos falando de uma acusação gravíssima e que Eda fez sem ter provas ainda. Ela começou a conversar abertamente sobre sua suspeita com Erdem que sugeriu que Selin estivesse no possível local onde houve a adulteração da planta. Depois perguntou aos melhores amigos de Selin sobre a formação dela deixando em aberto que estava desconfiada.

Nessa Briga eu sou o Ferit me borrando de medo das duas

Eu ficaria indignada se alguém me acusasse assim, ainda mais se fosse a pessoa que eu já não vou com a cara. Não estou defendendo a nossa cobra, mas mostrando que ela estava em seu direito de reclamar, mas não de humilhar Eda. No caso de Serkan, ele foi incisivo em defender Selin e cortar as asinhas enciumadas de Eda. Acho que a reação dela de choque e surpresa pelo que ele fez foi o que, de certa forma, inflamou nosso coração contra ele.

Antes dessa cena Eda saiu do escritório dele satisfeita de ter provado que Serkan não era culpado. Estava animada com a possibilidade de descobrir o real culpado e principalmente por ter o aval de Serkan para fazer essa investigação. De repente, ele a corta sua pista de forma rude, como ela mesma disse, é de deixar qualquer pessoa indignada.

Os divertidadamente da Eda “Eu não acredito que esse idiota brigou comigo!”

Mas vou seguir o conselho de minha vó “Deixa, que eles brigam, quebram o pau e depois estão lá se amando”. Serkan foi atrás de Eda com uma caneta “em forma” de pedidos de desculpa. A mulher foi com ele para casa dele… quer dizer? Eu vou me estressar com esses dois malucos? Não. Estou aqui falando de relacionamentos saudáveis, de brigas normais de casal como as de Eda e Serkan. Agora, se for algo violento, a gente mete a colher, a polícia e ajuda. Tudo bem?

Voltando para a cobra… quero chamar atenção de vocês, no entanto, para um fato curioso. Selin estava no momento certo e na hora certa dentro desse episódio, servindo única e simplesmente para alimentar os ciúmes de Eda que culminaram em sua promessa de “seguir a vida” sem Serkan.

Cobra é um bicho que quando se sente ameaçado se prepara para dar o bote. Selin quando descobriu que estava sendo cogitada como uma das traíras. Agiu como qualquer pessoa agiria, fez confusão e ficou em modo de alerta com a Eda o episódio inteiro.

Depois disso, Selin recebeu ajuda do lá de baixo que furou o cano da casa dela e a fez ficar sem ter onde dormir. Seria cômico se não fosse trágico. Ela chegou na casa de Serkan sem saber que ele tinha se mudado, sem saber que Aydan e Eda estavam lá. Ela foi sem intenção alguma de perturbar nosso casal, mas fez isso porque ela é o nosso coringa do mal. Ela é empurrada por situações adversas para perto de Eda e Serkan.

Apesar de acharmos que ela está sem função na história, sem sentido dentro da trama. Na verdade, ela tem sim. A chata função de atazanar a gente com seu jeito nem mal nem bom e deixar Eda na beira da loucura de ciúmes.  Pelo visto continuará fazendo isso, porque até onde me lembro o episódio acabou de noite e Selin foi para a casa de Serkan dormir lá.

Vamos ver se ela acha que pode roubar o coração do robô de volta. Se sim, a gente se reúne e mata ela. Porque se depender da Eda não sai nem um tapa na cara da Selin. Aliás, faltou isso. Um tapa bem dado na cara da sonsa loira. Ah, se fosse uma novela mexicana…

Usou fralda geriátrica o episódio todo. Estava se borrando o rapaz.

Quanto ao Efe Akman, ele deu uma de cobra dissimulada nesse episódio. E estava andando de um lado para o outro se borrando de medo de ser descoberto. Ficou jogando verde com a Selin, com os funcionários e com a Eda. A expressão dele não negava que havia algo errado, mas Serkan era o único que percebeu isso.

No fim do episódio, vemos ele contando a “verdade”. Admitindo que havia trocando os números, mas sem terríveis intenções. Sendo que sabemos que ele fez de propósito. Efe se safou e resolveu em partes os danos causados. Mas Serkan não se convenceu do seu “Foi sem querer querendo. Eu escrevi uma carta para você, Serkan. Assumo que errei, desculpa” e espero que continue desconfiando de Efe.

Alguém precisa deixar esse macho com medo, porque ele chegou se sentindo o dono da empresa – ele é parcialmente dono, mas quem se importa? – queria ser querido e respeitado por Serkan. Queria que o nosso robô comesse alpiste da mão dele. Mas sabemos que Serkan não curva seu topete de laquê para qualquer um.

Só para Eda.

O Outono é sempre igual

As folhas caem no quintal, só não cai o amor de Eda e Serkan, porque não tem jeito é imortal.

O amor desse casal já foi comparado a muitas coisas nessas resenhas, agora adicione a sua lista, as quatro estações. Começamos no verão, entramos no outono, saímos dele e agora estamos embarcando no inverno. A estação mais densa, triste e fria.

Sandy Junior podia ter tocado nessa hora

As pessoas que eu conheço que vivem em lugares frios geralmente não gostam do inverno. Exceto, uma amiga minha que mora no Canadá e é apaixonada pela temporada de neves por lá. Porém, a maioria das pessoas não gostam.

Há muitas complicações que acompanham essa estação. A neve que bloqueia ruas, fecha escolas e dificulta o ir e vir das pessoas. Sem falar daquele clima parado de cor uniforme. A gente se sente um pouco isolado, seja pele neve ou pelo frio. Nem mesmo o clima natalino é tão animador. Tem um ar de tristeza até no icônico Esqueceram de Mim.

Aqui onde eu moro em Belém do Pará, Amazônia Brasileira, o “inverno” é a estação chuvosa. A temperatura diminui a cada temporal e chega a alcançar extraordinários 24°. Por exemplo, hoje enquanto escrevo essa resenha o dia amanheceu nublado e frio. Continua nublado e friozinho. Tem dois dias que estamos acordando com o céu cinza e vai ser assim até o início do ano que vem.

Essa é uma das minhas temporadas favoritas, porque eu não gosto do calor. Talvez eu fosse uma das pessoas que gostam do frio com neve e temperaturas baixíssimas. No entanto, não sei o que esperar do inverno para o nosso casal. Eda e Serkan são chama mesmo separados, mas me pergunto se eles aguentam o banho de água fria que será jogado sobre essa fogueira no episódio 19.

“Uma verdadeira noite de outono. Chuvosa. As folhas caíram. Como se tudo tivesse acabado.”

Serkan está certo de que Eda sabendo a verdade teria sido o fim para o namoro dos dois. Ele quis evitar que ela sofresse duplamente e então decidiu terminar o romance. Era melhor ela achar que ele era um robô, do que descobrir que a família dele estava envolvida na morte dos pais dela. Mas decepção por decepção as duas estão equiparadas. Ambos estão sofrendo mesmo assim.

Nosso robô não é um homem otimista e esperançoso. Ele está acostumado a perder as coisas, acho que é desse sentimento de “medo” que vem sua hipocondria. Ele sempre esteve só e acho que o maior receio de alguém solitário é passar mal e não ter quem o acuda.

Quando Eda entrou na vida de Serkan a primeira coisa que ela fez foi ocupar o espaço vazio dentro do mundo dele. Ele passou a ter o compromisso de ir buscá-la todos os dias de manhã e leva-la para casa todas as tardes. Mais do que simplesmente amá-la e querer estar perto dela, Serkan se sente vazio com o fim do namoro. É o coração dele que a busca, enquanto a mente logicamente mantém o corpo longe.

Filma a cara do sonso

A melhor parte da separação dos casais é contemplar as provas de que ainda há amor. Tivemos cenas muito divertidas, românticas e especiais entre Eda e Serkan nesses quatro episódios de separação. Presenciamos dezenas de brigas, mas muito momentos em que ambos pensaram duas vezes antes de evitar um amasso. Esperamos 11 episódios para o primeiro beijo de amor e em todo esse tempo embarcamos com empolgação a cada nova aventura do casal. O bate e volta foi divertido.

Me pergunto por que dessa vez houve tantas divergências sobre estar sendo legal ou não o período da linguiça? É importante lembrar que tudo tem um tempo. Por exemplo, para escrever esse texto eu passei mais de quatros horas na frente do computador. Quem me dera eu pudesse conclui-lo em uma hora. Como diz o ditado, o apressado come cru.

Não sei vocês, mas eu gosto de comida bem cozida. Uma história bem desenvolvida, que me distraia, me divirta e me faça sonhar. Ter linguiça faz parte da experiência. Todo livro tem aquelas partes que a gente pula. Eu por exemplo nunca li nenhuma das falas do Sr. Collins em Orgulho e Preconceito. E sei que a Jane Austen não vai puxar meu pé de noite por conta disso. Para quem não sabe o homem tinha uns diálogos que começavam numa página e terminavam em outra.

Jane um ícone que sabia que ninguém ia ler aquilo. Ela fez de proposito!

Voltando para Sen Çal Kapimi, temos sorte de ter uma linguiça que durou dois episódios (creio eu) e que ainda é apimentada. Por que o que foi a cena da biblioteca? Ou a do escritório onde Eda desafiou o Serkan e o deixou desejoso pelos lábios dela? Eu dei um grito nessa hora que não está escrito. Eda ainda vai matar o Serkan e não é nem de ciúme.

Cruzou o braço para não agarrar ele. Eda eu te conheço de outros carnavais.

Por essas e tantas outras cenas de Eda e Serkan que tivéssemos nesse e em episódios anteriores que valeu a pena essa jornada. Perceberam esse tom de despedida? Sim, estamos prestes a embarcar na mais densa parte dessa viagem com nosso casal.

A virada da estação

Enquanto eu escrevia essa resenha saiu o fragman do episódio 19. Eu fiquei feliz porque Eda agora saberá sobre a morte dos pais, ou seja, a nossa dieta de linguiça chegou ao fim. Foram necessários quatro episódios para que Eda estivesse cara a cara com a verdade. Um mês que pareceu uma eternidade.

Convido você a esmiuçar junto comigo os detalhes de nosso martírio a pão, água e salsicha durante essas quatro semanas.

Eda e Serkan se separaram no episódio 14 e nos episódios 15 e 16 vimos a “consequência” dessa grande reviravolta. Ou seja, vimos Eda juntar seus caquinhos enquanto Serkan tentava se manter firme ao seu pensamento de ficar longe dela. Esses foram episódios muito pesados, do ponto de vista do enredo e emocional.

Então, tivemos a adição de dois episódios com subtrama fechada. O episódio 17 que eu cheguei a comentar aqui que tinha uma trama que começa e termina no mesmo episódio. E agora tivemos o 18 que também tem uma subtrama que se desenvolveu e foi concluída. O que chamamos de linguiça são muitas vezes essas pequenas historinhas dentro da história maior.

Elas ajudam a avançar com a trama de personagens secundários enquanto diminui o ritmo dos personagens principais. Mas somos verdadeiros sortudos, por termos apenas dois episódios de subtrama “soltas” e dois episódios de consequência (eu espero). Tem histórias que a subtrama dura sete ou mais episódios.  

É um recurso importante e muito usado para prolongar os enredos. É um intervalo básico para que se respire antes da maratona eletrizante de cenas que conduz os personagens ao clímax da história. Nosso clímax está chegado, não acredito que seja no 19, pode ser que seja o episódio 20.

Um ciclo está se fechando para outro começar, minhas queridas.

Aydan saiu de casa e outros personagens

Melo voltou e com a língua solta. O que é bom já que precisamos da nossa boca de sacola para muitas coisas a partir de agora dentro da história. Agora sim pode vir o bebê, já que não faria o menor sentido a Eda descobrir a gravidez e a Melo não estar lá para representar o nosso surto. Sim, eu ainda não larguei o osso dessa teoria. Eda segue gravidíssima (em meus pensamentos) e Melo vai acabar contando sobre a criança ao Serkan. Ouvi um amém?

Ferit e Ceren é um casal que vou me abster de comentar. Não shippo. Sim, isso é um boicote.

Piril e Engin estão me surpreendendo como casal. Eu fui muito contra no início, mas agora estou me divertindo com as divergências. Piril ser organizada e o Engin um bagunceiro está sendo ótimo. Eu acho que não conseguiria conviver com alguém desse nível de desorganização.

Corta para mim, vivendo com a minha família de bagunceiros. A gente fala mal, mas não se enxerga, não é mesmo? Achei fofinho o pedido de casamento de Engin, foi igual o beijo deles. Num lugar sem sentido algum. Todos os trejeitos e clichês românticos são para Eda e Serkan. O resto dos casais que lutem! Capaz de Ferit e Ceren se beijarem pela primeira vez na frente da Art Life com a Selin vendo pelo vidro.

Nunca deixem Aydan e Eda ficarem porre juntas. Elas vão parar na cadeia. Duas doidas.

O auge do episódio, no que diz respeito aos núcleos secundários, foi o porre de chá de sabe-se-Deus-o que, que a Eda deu a Aydan. Seyfi como sempre faz tudo. Até quando está errado ele está certo. A mamãe Bolat ficou tão doidona que quis sair de casa.  

Ela chegando na nova residência do filho e tomando café em duas xícaras, olhando para Eda e dizendo a cada cinco segundos “Nossa, você é linda!”. Foi maravilhoso, eu ri muito! Aydan, minha filha, beba mais desse chá.

Serkan ficou feliz porque Eda tinha feito aquilo. A garota fada era miraculosa mesmo. A mãe dele saiu de casa pela primeira vez em anos, independente de estar sob efeito de drogas medicinais, ela tinha saído. Vi alguns comentários sobre essas táticas curativas da Eda, pode ser que não seja o mais clinicamente adequado, mas o que é importante destacar aqui não é o modo, mas a intensão.

A dizi não está focando nas doenças em si para ensinar alguma coisa mais profunda, mas está usando-as com um propósito dentro da trama. Eda ser claustrofóbica está ligado a perda dos pais e a agorafobia de Aydan, talvez, à perda do filho. Perdas estão relacionadas às fobias dessas personagens que se completam. Sim, Eda e Aydan serão grandes amigas.

Aydan disse algo nesse episódio que me fez pensar um pouco. Ela disse que nunca iria esquecer o que Eda está fazendo por ela. Essa mulher pode ser qualquer coisa, mas ela não vai voltar atrás nessas palavras. Em algum momento mais lá na frente, Aydan irá com seus próprios pés ajudar Eda em um momento difícil.

Talvez esteja mais perto do que imaginamos.

Eda está seguindo em frente (Sqn)

            O final do episódio 18 foi o mais sem graça dos 18 episódios de Sen Çal Kapimi. Eu vou explicar o motivo: 1. Terminou sem pé nem cabeça, numa cena que parecia que tinha algo mais a acrescentar, mas já tinha dado o tempo de episódio. 2. Essa ameaça da Eda de que “vai seguir em frente” é a maior mentira. Temos o fragman do 19 para nos basear.

Ainda que não tivéssemos um fragman mostrando Eda e Serkan numa chuveirada romântica. Essa ameaça de Eda é tipo um gato enfrentando um leão. Não vai dar certo. Serkan passou o episódio inteiro indo atrás da Eda, mas sabemos que ela passou também esse mesmo tempo de episódio se corroendo de ciúmes dele.

A próxima vez que eles forem expulsos da biblioteca vai ser porque estão se pegando entre as prateleiras, ouvi um amem fanfiqueiras?

Canecas que mudam de cor não mentem. Muito menos aqueles olhos empertigados de Eda matando a Selin de várias formas diferente. Eu queria muito que chegasse esse momento para eu falar dos ciúmes da Eda. Porque ela é uma mulher durona. Ela é do tipo evoluída, do tipo que paga a conta, que diz que supera, que segue em frente. Que não vai mais chorar por aquele homem bonito.

Eda gosta de pensar que está no controle de sua vida, de seus sentimentos e de suas escolhas. Não gosta de ser enjaulada. Mas veja só, ela está apaixonada por um homem que faz exatamente o que ela mais odeia. Ele a controla. Fecha a passagem com um braço, encurta espaços, mexe com seus sentimentos mais profundos com um olhar, um toque. Não tem autocontrole que se mantenha com Serkan Bolat te olhando como se pudesse ver sua alma. Ele é mágico.

Valei-me minha nossa senhora da bicicletinha…esse macho está muito afim, Eda.

Eda é uma mulher dominante. Ela gosta de estar no poder em todas as áreas de sua vida. Mas não consegue lidar com os ciúmes de Serkan. Esse sentimento realmente está nublando seus olhos. Ela acha que Serkan seguiu em frente porque ele deixou a ex- ficar na casa dele. Aliás quem não pensaria isso? Bola fora, Serkan.

A cabeça enciumada de Eda começa a ver como prova de que Serkan a superou até na caneca que muda de cor. Eda está confusa, com os nervos à flor da pele. Uma hora ela acha que Serkan ainda está apaixonado, em outra ela fica brava por ver Selin jantando com Serkan.

Ah, se ela soubesse. Se ela tivesse noção do quão humilhada Selin é ao ainda aceitar estar perto de Serkan, sabendo o quão apaixonado ele é por Eda. Se ela tivesse visto que ele nem sequer comeu de tão nervoso e enciumado que estava ao ouvir a conversa de Eda com Efe.

Eda, amiga, você vai com calma pelamor que nem Serkan e a gente aguenta uma olhada dessas. Tenha dó nosso coração sedento por ver vocês juntos de novo. misericordia.

Se nossa pimenta malagueta soubesse… que se tivesse avançado mais alguns centímetros no escritório. Serkan teria retribuído o seu beijo com tanta paixão que ela não teria dúvidas que ele ainda a amava e que não tinha chance alguma para Selin.

Esse é o problema dos ciúmes, eles expõem a nossa insegurança. Blindam nossos julgamentos – ela emburrou que era a Selin a culpada e não considerou outra pessoa. Na cena final, ela ficou brava porque Serkan estava certo e ela errada. Mas a verdade é que estava furiosa de saber que se Serkan a levasse para casa, ele ainda iria para a dele ficar com Selin.

A cabeça de Eda estava pipocando de ciúmes, mas principalmente de raiva de ainda estar apaixonada por aquele homem. De achar que ele superou o que eles viveram juntos quando na verdade ele ainda só pensa nela. Eda terminou o episódio declarando sua liberdade. Agora ela é uma estrela emancipada. Esqueceu-se apenas de um detalhe.

Serkan é o astrônomo que a reconheceu como única e original no meio de um trilhão de outras estrelas. A escolheu, catalogou e a eternizou em seus domínios com coordenadas especificas. 49’31’38.

A gente é livre até o amor bater na nossa porta. Não tem como escapar daquilo que nos foi predestinado. Essa lógica funciona bem com histórias de amor. Dá até para ouvir Eda contar no último episódio, depois de todas as idas e vindas com o Serkan, a seguinte frase de novo:

“A vida é um presente cheio de surpresas. Está em nossas mãos decorar esta vida.” – Episódio 1

Ainda bem que ela entende de flores e de decoração. A vida de Serkan teve mais cor depois que ela chegou e a dela muito mais aventuras desde que ele bateu na porta. É sempre bom lembrar o início de tudo quando chegamos nesses pontos de virada nas tramas. Quem diria que aquela não seria uma singela ida a faculdade? Quem diria que o homem que ela mais odiava seria o homem que ela mais amaria na vida?

O amor é uma algema invisível. Mas também é uma fênix ou uma árvore enfrentando a dura fase de transição das estações.

“(…)As folhas caíram, mas as árvores continuam fortes. E então, eles florescerão novamente, ainda mais fortes. O que você vê como fim, na verdade, é um milagre. Não é o fim, mas o recomeço.”

Com essa frase de esperança de nossa querida Eda, eu termino essa resenha dizendo que depois do inverno temos a primavera. As flores voltarão a brilhar vistosamente. É a temporada do amor, da leveza e da paz. Também é a temporada perfeita para um casamento. Só temos que esperar pacientemente a passagem do inverno.

The winter is coming

Beijos!

Até mais.

Agradecimentos:

ATB e Só mais + um episódio pelas legendas

27 comentários em “Sen Çal Kapimi – Resenha – Episódio 18

  1. Como é gratificante compartilhar as mesmas ideias. Você escreveu na resenha aquilo que senti do episódio. Na minha opinião Selin chegou na hora certa no apartamento de Serkan. Sabe por que? Pra ela enxergar o quão insignificante ela foi na vida de Aydan e Serkan . Uma desconhecida, humilhada inicialmente conseguiu tirar Aydan de casa e florescer a vida de Serkan. Achei essa cena tão fantástica. Aydan em sua alucinação por chá, repetia o quão bela Eda é e não entendeu o porquê Selin não foi a um hotel, desprezando sua presença ali. Uma reviravolta de importância. Obrigada por um texto tão lindo.

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  2. É triste ver uma pessoa de humilhar por amor. A Selin não superou o amor de infância e nem o fato de ser largada no dia do casamento. Sente inveja do amor que Seriam sente pela Edna. Mas ela teve o que mereceu. Não deu valor ao homem que a amava com toda a sua alma. Mas não justifica atrapalhar a vida da Eda. Concordo com a frase da nossa fada “Não é o fim, mas o recomeço”, tudo aconteçe no devido tempo. E aquilo que faz sofre hoje, te faz ser forjada com o melhor metal. Aprende que nem a vida consegue te machucar, o que dirá uma pessoa mal amada e sem empatia. Pobre da pessoa que deixa de amar. Obrigada por cada texto maravilho.
    Me despeço com uma citação de Cecília Meireles, que expressa todas as suas palavras e sobre o Ep 18: Tu és a folha seca de outono voante pelo jardim. Deixo-te a minha saudade – a melhor parte de mim.
    ❤😍👏👏👏

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  3. Você arrasar, como me deliciar com o seu resenha dos capítulos, nos fazer cada momentos com mais clareza. Obrigada continua nos beneficiando com sua Resenha de Sen Çal Kapimi. 😘😘😘🥰

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  4. Como sempre sensacional, vc consegue descrever os sentimentos de cada personagem com maestria. Obrigada, por compartilhar conosco sua escrita maravilhosa. Sucesso pra você. 👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾🥰😘

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  5. Todas as quintas fico ansiosaaaa esperando seus textos … Eu amo poder ver que estoi seguindo o caminho certo com meus pensamentos. Amo sua forma de detalhar as coisas e as vezes aquele pequeno detalhe mas importante que pode ter passado batido você mostra tanta delicadeza. Eu realmente amei esse episódio. Tivemos cenas lindas cheia de sentimentos e significado. ❤️😍

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  6. APAIXONADA PELA RESENHA! E MAIS AINDA POR VOCÊ SER DE BELÉM DO PARÁ,MINHA CIDADE!OBRIGADA,LINDA. ♥️♥️👏🏽👏🏽👏🏽👏🏽😘😘😘

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  7. Você sempre arrasando. Quero muito q o Serkan expulse a Selin da casa dele, pois não aguento mais ele gritando e sendo duro com a Eda. Chegou a hora dele defender a amada e colocar um ponto final na arrogância da Selin. Uma mulher muito prepotente e arrogante.

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  8. Amo suas resenhas, principalmente pq me faz enxergar alguns detalhes q vendo o episódio não consigo captar.
    Tô ainda com medo de ser a Selin no chuveiro no próximo ep. Vejo e revejo e parece a danada no inicio depois o Serkan confundi com a Eda, tomara Deus, q não seja hahaha… Obrigada!

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  9. Boa noite. Tenho acompanhado suas resenhas e amado suas reflexões. Elas me fazem ver a história sob uma nova perspectiva. As vezes o olhar do outro ajuda a esclarecer um ponto ou outro da história. E seu olhar e bem sagaz. Com a leitura que vc faz da série eu consigo compreender o quão forte e esse sentimento vivenciado pelos dois. Na leitura da legenda eu as vezes perco esses nuances. Obrigada por compartilhar sua resenha.

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  10. ADOREI SEU TEXTO,ACREDITO QUE PENSAMOS MUITO PARECIDO😍…😁🤣NÃO CREIO QUE VOCÊ PULOU AS PARTES DAS DO LIVRO…Adoro Jane Austen,Elizabeth Gaskell e acho graça quando você fala com arte e graça não só os pensamentos e análise do episódio,mas também sobre o romance mais aclamado e atemporal que é Orgulho e Preconceito,achei até interessante que você tenha levantado como no tema desse livro que de certa forma se pode fazer um paralelo da série com ele.Acredito que a Ayse evitou de usá-lo para evitar um -clichê- Adorei sobre a sua lembrança das estações e seus humores,que alteram até os relacionamento.É bom trabalhar com a análise do simbolismo,porque a autora usa muito e para muitos passa desapercebido, acaba tornando a visão da séries mais pobre. Eda é extremamente impulsiva e isso faz com que entre em muitos conflitos e confusões,neste episódio poderia ser chamado de o ciúme da Eda,porque foi do começo ao fim.Apesar do Serkan falar para ela que a ama,como todas as pessoas esperamos que demonstre,as palavras valem menos que as atitude e é isso que ela cobra dele ,porém nem juntos estão!!Algo precisa acontecer e acabar com esse chove e não molha.Falar a verdade na visão do Serkan é perder para sempre a Eda de sua vida,ele se contenta com esse relacionamento que eles tem,mas não dá porque machuca aos dois,mais a ela por conta da Selin e de não entender o rompimento.Mas ele sofrerá se ela resolver virar a página da vida dela.Vamos aguardar o que a Ayse tem a nos contar,adorei todo o simbolismo que você retratou trazendo exatamente a nossa realidade,configurando os personagens reais por não serem perfeitos,é isso que amo na dizi,além dela falar de amor.Mostrar a evolução deles e o amadurecimento nos mostra o caminho e tudo que passaram e vão precisar passar para fortalecer esse sentimento. Parabéns!!Aguardo o próximo episódio e com isso sua nova resenha.Obrigada!😍🤩😘

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    1. Eu agradeço seu comentário e fico muito feliz que você e eu temos pensamentos parecidos. Isso é uma coisa que acredito, nenhuma pessoa que escreve histórias de amor, as escreve sem nunca ter lido ou aprendido sobre Jane Austen. A mulher é uma inspiração para todos nós. Concordo que os dois estão numa situação muito ocmplicada, mas que bom que agora no episódio 19. Tudo se esclareceu. A verdade agora está diante de todos, sabe. Vamos ver no que vai dar!

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