Publicado em Dizis Verão 2022, Novelas Turcas:

Senden Daha Guzel – Resenha – Episódio 8

Olá,

A cirurgia de milhões poderia custar o trabalho de Efsun e Emir, mas tudo não passou de um grande plano de Pervin. Os diretores passaram pano para os filhos pelo orgulho de ver os dois trabalhando em equipe!

Aliás, que personagem incrível é a mamãe de Efsun! Aparentemente tem muita coisa que ainda vai acontecer nessa história, que passará pelas mãos e mente da fundadora de Blooming Beauty.

Vamos sem demora às emoções babadeiras do episódio 8 de nossa novelinha turca favorita do momento!

Sigam-me as doutoras!

O que há de errado ou certo com Pervin?

Desde o começo da série eu me perguntava sobre o abandono de Pervin. Vimos tudo até agora de um ponto de vista apenas de Efsun. Que sofreu com a separação dos pais, a ausência da mãe e teve que lidar com um pai alcoólatra. Efsun aprendeu desde cedo que não tinha que contar com ninguém.

Era ela por ela.

Vejo Efsun e Pervin como cópias uma da outra. Acho que isso também irrita Efsun, e talvez, dê certas esperanças à Pervin. Eu sempre achei que o modo de aproximação de Pervin era equivocado, ela podia sentar e conversar.

Mas Efsun é como uma panela de pressão, você não pode desligar o fogo e esperar que irá abrir a panela antes dos vapores se dissiparem. Realmente a única forma de poder finalmente contar sua versão dos fatos para Efsun, era criando uma situação como aquela.

Não esperava que isso viesse a tona logo! AChei tudoo!

E uma mãe ruim não faria tudo isso que ela fez pela filha e têm feito. Então, eu comecei a pescar aqui e acolá alguns discursos de Pervin. Ela sempre, quando questionada sobre a demora de seu método, respondia que ela não podia contar tudo de uma vez. Ela precisava ganhar a estima da filha primeiro.

Eu pensei, contar o que? Como eu sou fofoqueira nata, comecei a fazer as minhas teorias. Então, deixa eu levar vocês com as minhas paranoias do episódio 8. Efsun tem memórias lindas da mãe, embora tenha algumas que são tristes. Como a que ela vai embora de casa e a que ela está trabalhando, chega atrasada e Efsun não gosta.

Nesse episódio Efsun descobriu a mentira da mãe que fez com que ela trabalhasse na clínica. Ela ficou furiosa e despejou toda a sua ira na mãe.

“Uma mentirosa, manipuladora, que busca seu próprio ganho, suas ambições, sra. Pervin. O que você foi forçada a fazer, me diga, estou ouvindo você.” Episódio 8

Efsun vira uma onça e sai da Clinica não poupando nem Emir, e muito menos sua amiga Binnur. Ela vai embora e no restaurante encontra a mãe de Emir. E lá as duas tem uma conversa, que nos dá ainda mais luz no assunto maternidade negligenciada.

Para Sra. Serpil, que ao oposto de Pervin, abandonou a carreira para cuidar dos filhos. Há um estigma ruim de ter sido uma mulher que se abandonou. Cuidou dos filhos, assumiu essa responsabilidade, mas ainda se sente incapaz. Como se tivesse falhado nessa missão.

“Vou dizer. Mesmo se você trabalhar, é um crime. É um crime se você não trabalhar. Você é sempre culpado”. Episódio 8

 Aqui temos um contraponto interessante. Sra. Serpil dedicou seus dias de vida para os filhos e ouviu de Emir, algo parecido como, “queria que outra fosse minha mãe”. Enquanto, Sra. Pervin é fortemente rechaçada por ter escolhido sua carreira, sabendo que isso, iria encurtar o tempo com a filha, ou até prejudicar a relação que antes elas tinham.

Poderia ser aleatória essa cena, mas fez todo sentido! Minha nossa!

Então, fica no ar a pergunta, o homem pode ser pai e trabalhar. Ninguém vai questionar ele sobre seu papel de pai ou não. Mas quando uma mulher decide conciliar a maternidade com o seu trabalho, ou quando ela opta por ser mais mãe do que profissional.

Do mesmo modo ela é criticada. O problema é ser mulher. Parece que ser homem é sempre muito mais fácil, ninguém nunca te questiona. Eles não carregam o peso da criação dos filhos, perceberam? Ele pode ser ausente, e quase nunca isso cai negativamente sobre eles, mas se uma mãe se ausentar.

Ela é acusada pelos outros e pela sua própria mente. Quando eu ouvi o discurso de Efsun sobre a mãe ter escolhido o trabalho ao invés da filha. Sobre como ela se sentiu, eu vi que estamos assistindo essa história do passado do ponto de vista da Efsun.

O passado só fará sentido quando não for mostrado na tela as memórias de uma adolescente sofrendo com o divórcios dos pais. Mas a visão da mulher que teve a grande e difícil escolha de sair de um casamento infeliz, mas que nunca, deixou de amar a filha.

Talvez por amar tanto esta filha, ela fez esta escolha. Como ser uma boa mãe, se você se sente uma mulher triste ao lado daquele que deveria amar? Qualquer tipo de separação afeta os filhos. Efsun ama o pai e amava a mãe, mas por algum motivo nada claro ainda, Efsun se ressentiu da mãe por ter deixado o lar.

Eu coloquei que há um motivo, porque eu acho que, tem coisa nessa história que a gente não sabe. É como se Efsun culpasse a mãe de tudo, do sofrimento do pai, dos anos sem ela, que a fizeram ser uma jovem infeliz e abandonada.

Tudo é culpa da mãe, porque ela largou o lar. Mas como era esse lar? Tenho um dado estatístico feito pelo IBGE da minhas experiencias de vida. Que se uma mulher vai embora e escolhe o fim do relacionamento.

Se ela está disposta a causar o terremoto na vida dos filhos, que ela ama muito, com um divórcio. Então, ela não faz isso, se não por uma razão, que envolve diretamente o esposo. É uma decisão forte com efeitos colaterais muito grandes.

Vamos descartar várias possibilidades, para jogar o pai de Efsun no banco dos réus. Pervin não traiu o marido. Ela não parece uma pessoa egoísta. Ela fez uma escolha que vimos ser muito difícil, mas que pareceu necessária.

Deixar a filha foi a pior coisa que ela fez, e quando a levou para longe do pai alcoolatra da menina. Ainda teve que lidar com a filha atormentada por toda aquela tempestade emocional que os três estavam passando.

Efsun não estava bem naquela época, muito menos seu pai e sua mãe. Eram dias difíceis, mas só uma pessoa saiu com o estigma e foi a mãe, que escolheu partir.

Efsun tomou partido do pai e deixou-se influenciar por uma visão apenas do que havia acontecido. Eu achava o quintal da minha casa enorme quando era criança. Hoje olho para todo esse espaço, hoje ocupado por outras coisas, vejo que não era tão grande como eu pensava.

Essa foto é do começo da Dizi quando a Efsun olhou
para a foto de mesa da mãe e lembrou com carinho dela.

E se as memórias de Efsun não estiverem de todo corretas? E se ela estiver potencializando o lado ruim e não enxergando algo bom? E se a mãe de Efsun escondeu coisas dela? Porque as duas eram muito unidas. Carne e unha alma gêmea. Onde estava o pai dela?

Pervin quer deixar tudo que ela conquistou para a filha e não é por nada financeiro, mas é como se fosse “Oh, filha, eu fiz essa escolha lá atrás para te dar isso aqui no futuro”. Caramba, tu já pensou?

Meus pais tem isso, de fazer as coisas pensando no futuro. Não importa se os filhos terão suas vidas depois, suas famílias, eles querem deixar algo para nós. Meu quarto sempre estará na casa, para eu voltar sempre que quiser. E vou levar isso comigo para quando tiver meus filhos também.

Acho que Pervin tem muito mais coisa a nos dizer. Muito mais. Ela foi mostrada de um jeito na Dizi, e ela certamente, deve ser de outro. O que nos leva a pensar que, se ela deixou a filha, o lar e correu atrás dos seus sonhos.

Será se o Emir vai continuar defendendo a Pervin quando ela virar sogra dele?

É porque algo ou alguém a obrigou a isso. E como minhas pesquisas do IBGE informam, geralmente a culpa é do homem. Veja eu não estou tão errada assim, nas dizis sempre acontece aquele contraste entre as cidades culturalmente mais conservadoras e a moderna Istambul.

Portanto, eu devo esperar que o pai de Efsun seja um cara extremamente arcaico. Ele chegou para receber o Emir com uma espingarda na mão. Pelo amor de Deus! Sem falar em toda a ritualística na apresentação do “noivo Emir”.

Aquela tradição toda nos faz crer que o ambiente onde cresceu Efsun, era cheio dessa cultura arraigada de pré-concepções. A cidade inteira falou mal da mãe de Efsun quando ela foi embora, e até inventaram que ela foi com outro homem. Sendo que ela só estava trabalhando com seu melhor amigo Kaya.

A culpa, a gente sabe, é sempre da mulher. Se o relacionamento acabou, a mulher errou. Ela tinha que ter suportado o macho briguento, machista e de temperamento ruim. Ela tinha que ter ficado dentro do lar, não podia ter destruído a família. Mas e o papel do homem na história como fica?

Seu Ferdi, eu tenho a impressão de que minhas suspeitas sobre o senhor se confirmarão. Sinto cheiro de homem machista de longe e se ele realmente foi, o que eu penso que ele foi com a Pervin, compreendo essa personagem e sua escolha de partir.

Esse papo não acaba aqui, vamos falar mais sobre esse assunto na resenha do episódio 9

Um filme de ação

Saindo de um assunto bem denso e partindo para o tema do episódio. Deixe-me elogiar a produção visual de Senden Daha Guzel, o bacana das dizis serem produções de duas horas é que você tem a estranha sensação – isso quando são bem feitas – de estar vendo um filme diferente a cada semana.

Essa dizi não deixa de surpreender. Está indo pelo lado da série mesmo, trazendo uma novidade a cada episódio. Isso se deve aos casos clínicos e a dinâmica envolvendo a amizade de milhões de nosso casal.

Os dois super mafiosinhos aqui dando o conto no bandidão

Efsun e Emir estão brigados porque ela descobriu a mentira, e como sua mãe bem sinalizou. É preciso deixar a raiva dela se dissipar. Assim que a morena suavizou seu semblante Emir conseguiu debater o assunto com ela.

É claro que nesse meio tempo os dois tinham outras preocupações. Foram emboscados por um bandidão para fazerem uma cirurgia de mudança de face. Felizmente os dois escaparam da sala de operação improvisada.

Veja tudo contribuiu para que a raiva de Efsun passasse a jato. Primeiro porque no meio dessa situação de terror, Efsun teria que reviver um de seus maiores traumas. Emir já sabia que ela tinha esse problema emocional grave e sabendo dos riscos que estavam passando.

Teve a seriedade e calma impressionantes de acalmar Efsun. E depois ajuda-la a entrar no plano para escaparem dos bandidões. Eu gostei de ver esse episódio pela emoção de trazer todas as reviravoltas malucas de uma história de amor hollywoodiana.

Eu me diverti horrores. Confesso.

O mais importante não é a cena em si, mas como Efsun e Emir se conectaram de forma impossível de desconectar. Existem várias formas de se criar uma ligação com alguém. A maior delas é através de situações de vida ou morte.

Lembro uma vez de um acidente de barco que aconteceu na Bahia, se não me engano. Um homem desconhecido, que sabia nadar e estava na embarcação, ajudou muitas pessoas a saírem do barco antes de afundar. Ele havia mergulhado e descobriu que havia uma jovem presa e machucada.

Os dois todos lascados com mafiosos atrás deles e cadelando um ao outro. Ahhhh

Ele a resgatou e passado um tempo o programa de televisão promoveu o encontro dos dois. Esse homem havia terminado a pouco tempo um curso de salvamento. E soube como ajudar a jovem que esteve entre a vida e a morte. Nunca esqueço do que a jovem disse, que ela se sentia eternamente ligada a este homem e devia a vida a ele.

Nosso casal também terá uma ligação enorme depois dos incidentes do episódio 8. A prova disso é que Efsun e Emir conversaram sobre o trauma dela. Coisa que a gente não sabia exatamente como tinha acontecido, ao menos com tantas palavras da parte dela. Efsun disse com dificuldade, mas disse que havia cometido um erro e uma paciente muito querida veio a óbito.

Eu não sei como deve ficar a cabeça de um médico que perde um paciente. Se você for médico ou médica e estiver lendo essa resenha, vai entender melhor que eu. Não deve ser uma experiencia fácil, a cabeça certamente deve dar um giro de 360°.

Efsun desacreditou totalmente de suas capacidades. Talvez se ela tivesse feito uma terapia, se consultasse com os médicos que tratam a nossa mente. Ela encontraria um meio termo que não fosse tão drástico. Como nunca mais pôr a mão num bisturi. Ela largou tudo que amava fazer, espero que ao longo da Dizi ela volte a ser cirurgiã.

Além de conversarem sobre este assunto específico, Emir contou à Efsun que era adotado. Abriu seu coração sobre seu passado, suas experiencias familiares nada legais e como Pervin o ajudou. Ele deu um bom testemunho da mãe, que Efsun até aquele momento achava ser uma vilã.

Infelizmente, toda as emoções desse episódio terminaram num trágico acidente. Eu disse que ia elogiar a produção de SDG. Eis que essa cena foi bem legal, computação gráfica e até um bichinho desses de ficar em cima do painel voando na tela.

O Emir deve de ter se batido muito, porque ele é enorme e o carro da Efsun é um ovo.

Não é tipo uma coisa estilo sei lá, hollywood, mas é bem melhor do que alguns tantos efeitos que vemos em filmes por aí. Achei bem legal como foi conduzida toda essa cena e pensar que eles fazem tudo isso com alguns dias antes do episódio ir ao ar. Meu Deus, que loucura!

Adorei ver o paralelo de Efsun contando que perdeu um paciente e que isso a afetou, e depois, no outro dia. Sofreu um acidente e ver que Emir está muito pior do que ela. É como se as emoções de Efsun estivessem passando por mil testes.

A cerca dos outros personagens, o que devo dizer? Tudo está voando, não acham? Alguma coisa em breve acontecerá na trama. Porque não tem um personagem com histórias que não estejam bem encaminhadas.

Ali foi o primeiro a ir com Deus. Pegou o beco, como dizemos aqui no Pará, eu pensei que ele iria fazer confusão. Mas não fez isso, ele entendeu que não daria certo com a morena e foi embora. Por isso eu disse que ele era só “levemente” obsessivo.

O melhor é que ele foi expondo a pulga atrás da orelha da Efsun. Ele saiu e uma das suas ultimas frases foram “Efsun você em outro no seu coração”. E quando ele foi dizer adeus à Emir pediu a ele, que cuidasse de Efsun.

Como um homem honrado e que não é mal perdedor faria. Palmas e Tocantins para nosso médico! Deixou o caminho livre para Emir seguir ganhando o terreno, que tem intenções sérias de conquistar.

O pessoal da Clínica, o irmão de Emir e a sobrinha da Binnur. Até a amiga da Efsun e o Sarp. Todos estão indo por caminhos que estamos enxergando com clareza, caminhos interessantes de assistir. Algo que eu, particularmente, amei na segunda temporada de Sen Çal Kapimi, que foi escrita de modo a dar um final decente a todos.

A autora pegou isso emprestado. Boa escolha!

hasta la vista, Ali do sobrenome dificil de escrever

Embora, SDG pareça longe de um fim, já que tem elementos suficientes para nos dar muitos meses de choro e desespero. Afinal, o verão turco está indo embora, logo mais o período intervalar nos deixará com o coração na mão.

Porque sabemos que a risadaria tem data e hora marcada para acabar. Não sei por onde vai ir SDG, mas espero que por muitos lugares interessantes, porque pano para manga, eles têm de sobra.

Até mais!